APRESENTAÇÃO DA HISTÓRIA DO VIOLÃO
A Idade Média pode ser dividida em duas fases principais: a Alta Idade Média e Baixa idade Média incluindo o feudalismo que se estendeu desde séc. V até ao séc. XV.
Renascença ou Renascentismo período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII.
Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália. E que, musicalmente, encerra-se com Bach.
O ALAÚDE
- Era muito usado desde a idade média até a renascença.
- Teve seu auge no século XVII em especial na França.
- Variava no tamanho e número de cordas.
- Devido ao sucessivo aumento de cordas ( chegou a ter 23 ) e com o aparecimento do cravo e do piano, o reinado do alaúde se encerrou.
A VIHUELA
- Surgiu na Espanha Por volta do século XV ( renascença ) e substituiu o alaúde.
- Motivou a criação de um dos mais importantes repertórios de música instrumental da renascença.
- De mano ( pulsada com os dedos ).
- Esta última foi o instrumento mais popular do século XV e XVI na Espanha.
- GUITARRA RENASCENTISTA (afinação semelhante ao violão)
GUITARRA ROMÂNTICA
- Difere da Vihuela em tamanho.
- Sua caixa e braço são menores e mais acentuado o formato de oito.
- Ainda menor é a guitarra barroca.
- Esta tem certa semelhança com a Vihuela, inclusive no número de cordas.
- A sexta corda do violão foi acrescida no século XVIII bem como sua afinação definitiva.O formato atual do violão e suas dimensões só ficaram definidas no século XIX graças ao espanhol Antônio Torres fabricante de violões.
GRANDES VIOLONISTAS
Nasceu em Florença, Itália e viveu de 1792 – 1853.
Desenvolveu uma carreira violonística sólida com várias turnês pela Europa.
Sua obra é numerosa e variada.
Compôs 25 estudos progressivos para violão e um método que leva seu nome com peças compostas por ele.
Nasceu na Espanha em 21 de dezembro de 1852.
Foi responsável pela postura do violão apoiado na perna esquerda e pela introdução do banquinho para descanso de pé como postura obrigatória para o violão erudito. (o banquinho foi inventado por Dionísio Aguado).
Organizou a técnica violonística de um modo mais coerente do que seus predecessores.
Criou um modo de tocar conhecido como a “Escola de Tárrega” que influenciou muitos violonistas de sua época e após ele.
Nasceu na Espanha em 1893 tendo sua formação musical iniciada em Granada. Considerava-se autodidata com relação à sua formação violonística. Tendo a técnica de Tárrega como base, Segovia ampliou-a e aperfeiçoou-a.
Andrés Segovia teve um papel duplo no desenvolvimento do violão no século XX: O de ampliar o repertório através de obras por ele comissionadas a outros compositores e o de grande divulgador dessas obras.
Segovia firmou o violão como um instrumento sério e de grande prestígio nas salas de concerto.
Cabe a Andrés Segovia o mérito de, juntamente com Albert Augustine, luthier e fabricante de cordas de tripa, desenvolver as cordas de náilon para violão ( até então eram feitas de tripa animal ). Augustine aperfeiçoou os bordões usando microfilamentos de náilon e uma liga metálica para o revestimento. Isso proporcionou sonoridade e afinação de alta qualidade. “Fui meu próprio aluno e professor e estou aprendendo até agora. É melhor ser discípulo de uma arte aos 90 anos do que um mestre aos 14”.
Agustín Barrios:
Agustín Pío Barrios nasceu em cinco de maio de 1885, em San Juan Bautista de las Missiones no Paraguai . Mesmo em um país arrasado pela guerra da Tríplice Aliança (1865-1871) e com um ambiente cultural, musical e violonístico quase nulo, conseguiu, segundo Fábio Zanon,“enfrentar todos os obstáculos e deixar uma marca perene na história do violão, da música e de seu país”, tornando-se “um dos compositores mais significativos da história do instrumento e um violonista de recursos extraordinários”.
- Quincas Laranjeiras (Joaquim Francisco dos Santos):
1873 – 1935
Foi um compositor e violonista brasileiro. Nasceu em Olinda, no dia 8 de dezembro de 1873, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 3 de fevereiro de 1935.
Foi decisivo na formação violonística de músicos importantes entre os quais Donga, João Pernambuco e Antônio Rebello.
É considerado um dos precursores do ensino do violão por partitura no Brasil.
- Américo Jacomino (Canhoto):
1889 – 1928
Nasceu em 12 de fevereiro de 1889 e faleceu em 7 de setembro de 1928.
Uma lenda do violão brasileiro. Foi o iniciador definitivo da profissão de concertista no Brasil quanto ao violão. Influenciou várias gerações de violonistas.
Obs. – Tocava sem inverter as cordas.
- Levino Albano da Conceição:
1883 – 1955
Ficou cego aos seis anos de idade devido a febre amarela quando morava em Corumbá, Mato Grosso.
Conheceu o violão através de seu irmão Faustino e fez rápido progresso no instrumento. Aos 16 anos já era considerado o melhor violonista de Corumbá.
Em setembro de 1903 se mudou para o Rio de Janeiro disposto a se aperfeiçoar ainda mais no violão.
Conheceu o violonista Quincas Laranjeiras e se tornou um aluno exemplar. Fez seu primeiro Concerto em público em agosto de 1906.
Fez apresentações viajando pela América do Sul.
No Brasil, Levino lutou pela causa dos cegos.
A partir de 1917 iniciou trabalho de ensino de música para cegos, tendo incentivado a criação de escolas para cegos no Amazonas, no Ceará, em Minas Gerais e na Paraíba.
Foi professor de Dilermando Reis.
- João Pernambuco (João Teixeira Guimarães – 1883 – 1947)
Compositor e violonista. Desenvolve composições para violão comparável ao que Ernesto Nazareth fez para o piano e Pixinguinha para instrumentos de sopro.
Entre os alunos de João Pernambuco estão Meira, que foi professor de Baden Powell e Rafael Rabelo.
Sons de Carrilhões e Luar do Sertão (letra de Catulo)
1916 – 1977
Violonista e compositor nascido em 22 de setembro de 1916 em Guaratinguetá, SP e falecido em 2 de janeiro de 1977, no Rio de Janeiro, RJ. Dilermando dos Santos Reis começou a estudar violão com o pai, o violonista Francisco Reis, ainda na infância. Em 1931, aos 15 anos de idade, Dilermando já era conhecido como o melhor violonista de Guaratinguetá. Neste mesmo ano, assistindo a um concerto do violonista Levino da Conceição, que se apresentava na cidade, tornou-se seu aluno e seu acompanhador, seguindo-o em suas excursões.
Gravou vários discos.
Em 1956, assinou contrato com a Rádio Nacional, com o programa \”Sua majestade, o violão\”, nos primeiros anos apresentado por Oswaldo Sargentelli e posteriormente por César Ladeira. O programa tinha por prefixo a mazurca \”Adelita\”, de Francisco Tárrega e se manteve no ar até 1969.
1900 – 1977
Isaías Sávio (Montevidéu, 1900 – São Paulo, 1977) foi um concertista e pedagogo uruguaio radicado em São Paulo, a partir de 1931. Estudou piano na infância, durante 4 anos e, a seguir, optou pelo violão erudito.
Foi aluno de Conrado Koch, deu concertos por toda a América do Sul e, a partir de 1931, radicou-se em São Paulo, onde assumiu a cátedra de violão erudito no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Ele elevou, no Brasil, o violão à categoria de instrumento de concerto.
Isaías Sávio foi também um notável compositor, com muitas peças inspiradas no folclore brasileiro. Autor de métodos para violão. Foi professor de grandes talentos do violão erudito brasileiro: o compositor e arranjador Marco Pereira, os concertistas Antônio Carlos Barbosa Lima, Maria Lívia São Marcos e ainda o violonista e pedagogo Henrique Pinto.
8 de abril de 1942
Foi aluna de seu próprio pai Manuel São Marcos antes dos quatro anos. Ao treze anos começou a se apresentar e sua primeira gravação se deu aos catorze anos. Formou-se aos dezessete e fez recitais nas principais capitais brasileiras e países estrangeiros. Foi professora do Conservatório de Música Carlos Gomes e publicou livros para o ensino do violão.
A partir de 1970 tornou-se catedrática em violão e pedagogia no Conservatório de Genebra, Suiça, recebendo a incumbência de reestruturar o programa geral dos cursos de violão ministrados naquele Conservatório.
- Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira:
- PAULINHO NOGUEIRA
Paulo Arthur Mendes Pupo Nogueira (Campinas SP 1929 – São Paulo SP 2003). Compositor e violonista. Paulinho Nogueira nasce e cresce na cidade de Campinas. Seu contato com a música se inicia em casa. Aos 11 anos aprende a tocar violão com o pai e o irmão mais velho e logo em seguida começa a ter aulas com o concertista professor Alfredo Scupinari.
Na década de 1960 começa a dar aulas de violão e forma uma série de jovens violonistas, como Toquinho. Em 1964, organiza e publica um método de ensino de violão que é um dos mais utilizados no Brasil, no qual introduz as cifras harmônicas como referência de aprendizagem.
Em 1969 inventa um instrumento de doze cordas em que procura combinar a sonoridade do cravo e da viola: a craviola, que motiva o disco Moda de Craviola, de 1975. O instrumento torna-se conhecido e é adotado por vários instrumentistas, entre eles Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin.
1937 – 2000
Violonista, compositor, arranjador, cantor. Nascido na pequena Varre-Sai, então um distrito de Itaperuna, muda-se com a família para o Rio de Janeiro ainda bebê, fixando-se em Vila Isabel e depois em São Cristóvão, onde frequenta tradicionais rodas de choro. Começa a tocar violão aos oito anos de idade, tendo aulas com o violonista Meira (Jaime Florence). Aos dez, vence o programa de calouros Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional, tocando a peça Magoado, de Dilermando Reis. Dois anos mais tarde ingressa na Escola de Música do Rio de Janeiro, onde se diploma em 1951. No ano seguinte, começa a atuar profissionalmente em boates e casas noturnas cariocas. Mas é a parceria com Vinícius de Moraes iniciada em 1962, que leva seu nome ao grande público.
Violonista virtuose, Baden Powell é considerado um dos melhores do mundo em seu instrumento. Um dos músicos brasileiros de maior renome no exterior, constrói uma trajetória artística bastante prolífica, tendo gravado mais de 50 discos ao longo da carreira.
1941 – 2010
Um dos mais importantes didatas do século 20 em todo mundo. Formou várias gerações de violonistas.
Foi concertista e camerista, dando aula em Conservatórios no Brasil e Faculdades.
Editou uma série de trabalhos didáticos pela Ricordi Brasileira. Seu “Ciranda das Seis Cordas” foi reeditado na Itália e é utilizado em escolas de música de vários países da Europa.
Como integrante do “Violão-Câmara-Trio”, lançou em 1989 um LP, que foi comentado pelo maestro Júlio Medaglia como “…..um dos melhores discos de música instrumental do ano”.
Coordenou cursos de técnica e bancas Examinadoras para seleção de docentes universitários na cadeira de violão.
Foi membro da Academia Paulista de Música, ocupando a cadeira que pertenceu ao professor Isaias Sávio.
Foi integrante do “Violão-Câmara-Trio”, e do duo com cello “Violãocellando”
Fez parte do Conselho da Academia de Violão da cidade Koblenz (Alemanha).
Nasceu em 1943
Violonista, compositor e musicólogo.
Publicou partituras e métodos de técnica violonística.
Originário de São Luiz, Maranhão, foi para o Rio de Janeiro ainda criança.
Ainda jovem, iniciou a carreira internacional, percorrendo os cinco continentes como violonista concertista. Morou muitos anos na França onde gravou uma série de discos.
A convite, no Brasil, gravou os 12 estudos de Villa Lobos.
Em 1986, foi convidado para a direção do Museu Villa-Lobos, função que realizou até 2010. Também foi responsável por criar os primeiros cursos de violão na UFRJ e também na UniRio, além de ter fundado em 1983 a Orquestra Brasileira de Violões.
Ao longo de sua carreira, acumulou uma discografia de mais de setenta álbuns.
Escrito
em fevereiro 12, 2013